23/02/2025 | Por: Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado (22) do evento de aniversário de 45 anos do Partido dos Trabalhadores (PT) (EBC)
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou neste sábado (22) do evento de
aniversário de 45 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), ao qual é filiado e é
um dos fundadores. Lula usou grande parte do discurso, em um Armazém no Píer
Mauá, zona portuária do Rio de Janeiro, para pedir que os militantes defendam a
democracia e combatam as notícias falsas - fake news.
Em vários momentos, militantes e
oradores entoaram manifestações contra qualquer anistia aos envolvidos nos
acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, que terminou com prédios públicos
vandalizados em Brasília.
O presidente fez referências à
denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral
da República (PGR), que responsabiliza 34 pessoas,
entre elas o ex-presidente Jair Bolsonaro, por uma tentativa de golpe e plano
para assassinar autoridades.
“Eles agora estão pedindo anistia,
nem foram condenados, já querem ser anistiados. Eles deveriam estar
pedindo era inocência, sabe, e não pedir anistia. Eles vão ser julgados,
se tiverem culpa, vão ser condenados”, discursou. “A gente gosta da democracia,
a gente vai defender a democracia”, complementou.
Lula pediu que os manifestantes
combatam notícias mentirosas. “É preciso que a gente tenha coragem de enfrentar
as fake news”.
Em janeiro, uma onda de notícias
falsas sobre taxação de transações via PIX forçou a Receita Federal a
revogar um ato que tratava de monitoramento de
transferências.
Sem citar nominalmente, Lula fez
críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele citou ações do
americano, como renomear o Golfo do México de Golfo da América e dizer que o
Canadá e a Groelândia pertencem ao Estados Unidos.
"Ele não foi eleito para ser
xerife do mundo, ele foi eleito para governar os Estados Unidos e ele que
governe bem".
Ao defender que as pessoas conheçam
as ações do governo para que possam rebater mentiras, Lula fez críticas ao
próprio ministério.
“Fiz uma reunião ministerial faz mais
ou menos 20 dias e descobri na reunião que o ministério do meu governo não sabe
o que nós estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos”.
O presidente disse que o PT, fundado
em 10 de fevereiro de 1980, não é apenas um partido político, é uma ideia de
que a democracia é um valor inegociável e de que se deve governar para todos,
“com olhar especial para aqueles que mais precisam”.
Entretanto, afirmou que o partido precisa
avançar. “precisamos voltar a discutir política dentro da fábrica, no local de
trabalho, ir onde a classe trabalhadora está, na cidade no campo. É preciso que
a gente volte a dialogar com a periferia, percorrer o Brasil, dialogar com as
igrejas, gastar sola de sapato na periferia, ocupar de novo as ruas”, disse.
O evento de aniversário contou com a
participação de filiados, como os governadores Jerônimo Rodrigues (Bahia) e
Elmano de Freitas (Ceará), parlamentares e ministros e representantes de movimentos
sociais. Apesar de não ser filiada ao PT, a ministra da Saúde, Nísia Trindade,
também esteve presente. Integrantes de partidos aliados também compareceram.
No discurso, Lula listou feitos do
atual governo nas áreas social, como ampliação do Bolsa Família; e econômica,
com dados de baixa recorde do desemprego,
aumento do salário mínimo e expansão da economia.
O presidente elogiou a atual
presidente do PT, a deputada federal Gleise Hoffmann e rebateu opiniões que
ouviu dentro do próprio partido de que Hoffmann não poderia presidir a legenda
porque “só fala para bolha”.
“O bom presidente do PT não é aquele
que fala para fora, é aquele que fala para dentro, é aquele que ganha a
confiança do partido. Depois que tiver a confiança do partido, pode falar para
fora, mas se não tiver a confiança do partido, não vai conseguir falar para
fora porque ninguém vai querer respeitar alguém que não é querida dentro do seu
partido”, declarou.
Lula também afirmou que a
primeira-dama, Janja Lula da Silva, é alvo de críticas de pessoas que
querem atingi-lo indiretamente.
“Eu digo sempre para Janja, ‘você tem
duas opções: ou você para de fazer o que você gosta, e eles vão parar de te
incomodar, ou você continua falando até perceberem que não vão mudar a tua
ideologia, não vão mudar o teu pensamento’, isso é uma guerra”, contou.
O presidente ressaltou que a primeira
dama pode falar o que quiser. “Eu não sou obrigado a concordar, mas se
discordar, também eu tenho que perder alguns debates”.
Outro citado pelo presidente foi o
ministro da Educação, Camilo Santana. Lula chegou a brincar com o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, que foi titular da pasta da Educação de 2005 a 2012.
“O Haddad foi o melhor ministro da
Educação que eu tive no Brasil. Agora ele está preocupado porque o papel do
Camilo é deixá-lo em segundo lugar. Porque só assim com essa disputa é que a
gente vai consertar a educação, que é uma dívida histórica da elite brasileira
com o povo brasileiro que precisa estudar”.
De acordo com a agenda divulgada pela
presidência da República, Lula seguiu para Brasília logo após o evento. Ele
estava no Rio desde a véspera, quando participou da cerimônia de assinatura do
contrato de concessão à iniciativa privada de um terminal no Porto de Itaguaí,
na região metropolitana do Rio.
No evento, ele comentou que realizou
exames médicos em São Paulo, na quinta-feira. “Acho que vai ser muito difícil
um jovem de 40 anos ter a saúde e a qualidade da saúde que eu tenho”, disse o
presidente de 79 anos.
“Eu quero dizer a todos aqueles que
acham que podem destruir o PT. Eu quero dizer a todos aqueles que acham que
podem destruir a integridade de um homem que eu estou mais vivo do que nunca,
mais forte do que nunca e quem quiser nos derrotar vai ter que ir para o lugar
que a gente sabe combater, que é na rua conversando com o povo”.
A presidente do partido, Gleise
Hoffmann, disse que é um feito “chegar aos 45 anos de luta, resistência e
conquistas”. Segundo ela, o PT é um partido de organização política “de baixo
para cima”.
Ela afirmou que uma das prioridades
da legenda é a proposta de cobrar mais impostos de pessoas muito ricas. “Agora
é avançar com firmeza, determinação e urgência na reforma do imposto de renda e
no fim das desonerações indecentes, para que os muito ricos finalmente paguem o
imposto justo e devido sobre os seus lucros e dividendos, sobre o muito que
extraem do país”.
Gleise Hoffmann disse ainda que o
governo está resolvendo o déficit orçamentário (saldo entre receitas e
despesas) e fez elogios ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Nós saímos de 2023, de um
déficit de 3.2% [do PIB, tamanho total da economia] e você conseguiu colocar um déficit de 0,09% [do
PIB]. Isso é compromisso com as contas públicas”.
A presidente do partido afirmou ainda
que “não há divergência entre a aliança ampla para as eleições e a defesa dos
direitos do povo. Essa é uma falsa polêmica”.
“Foi essa conjunção de aliança que
fizemos em 2022. Essa é a sua marca, presidente Lula, alicerce no povo. É dela
que surgem as condições para fazer uma ampla aliança para consolidar a
democracia e reconstruir o nosso país”.
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