Escoltado, Bolsonaro deixa prisão domiciliar para passar por procedimento médico

Ex-presidente fará remoção de algumas lesões na pele

14/09/2025 | Por: O DIA

Escoltado, Bolsonaro deixa prisão domiciliar para passar por procedimento médico

Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu de casa neste domingo (14) pela primeira vez após ser condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado. Com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro está em um hospital particular da capital federal para realizar um procedimento médico.
O ex-chefe do Executivo cumpre prisão domiciliar, em sua casa em um condomínio fechado do Lago Sul, em Brasília, desde o início de agosto. 
Ele está acompanhado por dois de seus filhos, os vereadores Renan (PL-SC) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Ao chegar não interagiu com um grupo de apoiadores que o esperava no local.
Bolsonaro teve o carro vistoriado antes de sair e está acompanhado por uma escolta de agentes da Polícia Penal do Distrito Federal, que estarão a paisana. Além disso, o ex-presidente está com uma tornozeleira eletrônica e o entorno do hospital recebe o reforço da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).
Segundo o relatório da equipe que acompanha a saúde do ex-chefe do Executivo, vai passar por um procedimento na pele para remoção de algumas lesões. Ele irá retirar um "nevo melanocítico do tronco", uma pinta que costuma ser benigna, e o material será encaminhado para biópsia.
"JAIR MESSIAS BOLSONARO, já qualificado nos autos em epígrafe, por seus advogados que esta subscrevem, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, requerer autorização para deslocamento a fim de se submeter a procedimento médico no Hospital DF Star, no dia 14/09/2025, conforme relatório médico anexo", diz o pedido. O procedimento não exige a necessidade de internação. 
Na decisão, Moraes determinou que, em até 48hs após o procedimento, a defesa apresente à Corte um atestado médico que comprove a realização da consulta. O ministro ressaltou ainda que a medida é excepcional e não altera as demais restrições impostas a Bolsonaro.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal foi acionada para acompanhar a operação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) e os advogados de Bolsonaro também foram notificados.
No fim de agosto, o magistrado determinou uma série de ações para diminuir o risco de fuga do ex-presidente. Uma avaliação da Secretaria de Administração Penitenciária do DF (Seape-DF) apontou que havia "pontos cegos" nos fundos e lateral da residência de Bolsonaro.
A Primeira Turma do STF formou maioria de 4 a 1 pela condenação dos integrantes do núcleo principal da trama golpista. Votaram pela condenação os ministros Alexandre de Moraes - que também é relator da ação penal -, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O único voto divergente foi o do ministro Luiz Fux, que entendeu não haver elementos suficientes para caracterizar tentativa de golpe.

Jair Bolsonaro: foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão no julgamento da trama golpista. É a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente é condenado por tentativa de golpe de Estado.

Alexandre Ramagem: ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal (PL-RJ), foi condenado a 16 anos e 1 mês de prisão por tentativa de golpe de Estado. Os ministros também decidiram pela perda de seu mandato parlamentar

Paulo Sérgio Nogueira: ex-ministro da Defesa no governo Bolsonaro, foi condenado a 19 anos de prisão, sendo 16 anos e 11 meses de reclusão e 2 anos e 1 mês de detenção, por tentativa de golpe e outros crimes.

Augusto Heleno: o general foi condenado a 21 anos de prisão, sendo 18 anos e 11 meses de reclusão e 2 anos e 1 mês de detenção, por tentativa de golpe de Estado.
Almir Garnier: ex-comandante da Marinha, recebeu pena de 24 anos de prisão, sendo 6 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção, por tentativa de golpe.

Anderson Torres: ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, foi condenado a 24 anos de prisão, sendo 21 anos e 6 meses de reclusão e 2 anos e 6 meses de detenção.

Walter Braga Netto: o general foi condenado a 26 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.

Mauro Cid: tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi condenado a 2 anos em regime aberto. Como delator da ação penal relacionada à trama golpista, recebeu pena reduzida.

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