15/02/2025 | Por: Notícias ao Minuto
(Foto: Divulgação)
Essa situação, citam integrantes do
governo, coloca no foco das pressões os ministros Rui Costa (Casa Civil) e
Fernando Haddad. (Fazenda). E por isso há pedidos para uma grande sacudida no
governo, nas palavras de um aliado.
A percepção é também que a baixa
popularidade registrada na pesquisa Datafolha desta sexta-feira (14) foi
bastante impactada pela alta dos preços dos alimentos e pela crise do Pix.
Embora não seja de responsabilidade
direta da governo federal, a crise na segurança pública também respinga na
avaliação do presidente, segundo reconhecem seus colaboradores.
A pesquisa Datafolha mostrou que a
aprovação de Lula desabou em dois meses de 35% para 24%, chegando a um patamar
inédito para o petista em suas três passagens pelo Palácio do Planalto. A
reprovação também é recorde, passando de 34% a 41%.
Acham o governo regular 32%, ante 29%
em dezembro passado, quando o Datafolha havia feito sua mais recente pesquisa
sobre o tema.
Um aliado de Lula no Congresso afirma
que a data da pesquisa foi especialmente ruim por ser começo de ano -quando as
pessoas, via de regra, têm mais contas para pagar e sentem ainda mais os
impactos da inflação. Ele acrescenta que, sem eleições neste ano, o governo vai
conseguir retomar o fôlego e reverter a queda de popularidade.
Líder do PT na Câmara dos Deputados,
Lindbergh Farias (RJ) afirma ser necessária maior disputa política e ênfase na
agenda popular.
"Nós vamos virar. Houve uma
queda importante entre os nossos eleitores. É mais fácil recuperar. O governo
tem números muito bons. A economia cresceu acima de 3%, a renda cresceu 11%, o
desemprego é o menor desde 2012. Falta conectar isso como realização do
governo."
Sem citar o nome de Haddad, Lindbergh
afirma que a pauta do governo não é a ditada pela Faria Lima, em uma menção ao
mercado financeiro. "Temos que fazer mais disputa política, mostrar as
diferenças com o governo anterior. E focar 2025 numa agenda popular que toque a
vida das pessoas. A pauta não é da Faria Lima."
Ele diz que o anúncio de remédios
gratuitos no Farmácia Popular, a isenção de IR (Imposto de Renda) até R$ 5.000
e a proposta de gás gratuito para 22 milhões de brasileiros são bons exemplos
de uma pauta que dialoga com a população. "Tenho certeza que Lula viajando
o país vira esse jogo ainda em 2025", diz.
Nas palavras de um aliado, acabou o
discurso de que o governo é bom, mas ações não chegam ao povo. O desgaste da
imagem de Haddad, como defensor de medidas impopulares, também pesa. A pauta do
Ministério da Fazenda, afirmam, não deve representar a cara do governo.
Em absoluta reserva, aliados também
incluem a superexposição da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja, e a
insistência em pautas identitárias entre as causas da queda de
popularidade.
A oposição, por outro lado, comemorou
os resultados da pesquisa. Antigo aliado de Lula e agora um dos líderes da
oposição, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) escreve que o índice de popularidade
reflete a postura confrontadora do presidente.
"O Datafolha expressa em números
a 3ª lei de Newton, a da ação e reação. Quem passou os dois últimos agindo
contra os outros, colhe contrariedade. O Lula mais amargo dos 3 é o mais
rejeitado de todos os Lulas. Ação e reação", escreveu numa rede social.
O líder da oposição na Câmara,
Coronel Zucco (PL-RS), aproveitou a queda da aprovação do presidente para
reforçar o chamado para a manifestação de pedido de impeachment do petista,
convocado por bolsonaristas, em março.
"A recente pesquisa Datafolha
que reafirma a escalada da impopularidade do governo Lula demonstra que essa
gestão chegou ao fim", disse.
Esse é o primeiro levantamento do
instituto medindo a aprovação da atual administração, após a troca no comando
da área de comunicação, sempre apontada como um dos focos do problema.
No mês passado, o publicitário
Sidônio Palmeira assumiu a Secom (Secretaria de Comunicação Social da
Presidência), em substituição ao deputado petista Paulo Pimenta (RS).
O novo ministro assumiu com alguns
planos para melhorar a comunicação do governo, que foram divulgados durante
reunião ministerial, no dia 20 de janeiro.
Ele pediu aos ministérios para
fazerem um levantamento de projetos e ações, que possam ser divulgadas com
destaque. Também indicou que pretende usar bastante a figura do presidente, que
ele apontou ser um "excelente" produto, por causa de seu carisma e
histórico.
Sidônio também pediu para ministros
centralizarem no Planalto as ações e afinarem os discursos, para evitar dar
munição para a oposição.
Mesmo com as novas diretrizes, o
começo do ano foi marcado por uma série de polêmicas e focos de desgastes para
o governo. A primeira delas foi a chamada crise do Pix, quando a Receita
Federal editou uma norma que ampliou a fiscalização sobre transações de pessoa
física com esse mecanismo.
A medida foi usada pela oposição para
disseminação de fake news sobre taxação do Pix, forçando o governo a recuar da
medida.
O governo também trouxe para si uma
nova crise com a questão do preço dos alimentos. O presidente havia cobrado
seus ministros por medidas para enfrentar esse problema durante a reunião
ministerial, em particular Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira
(Desenvolvimento Agrário).
O primeiro ruído aconteceu quando o
ministro Rui Costa disse que o governo vai buscar um "conjunto de intervenções"
para baratear o preço dos alimentos.
A palavra "intervenção" costuma ser associada a medidas como
tabelamento e controle de preços, por isso houve reação do mercado. Rui Costa
então concedeu entrevista para esclarecer e sugeriu a todos trocar a palavra
"intervenção" por "medidas" para evitar ruídos de
comunicação.
O mesmo ministro depois acabou
virando alvo de críticas nas redes sociais, ao sugerir que a população deveria
trocar a laranja por outra fruta, por causa do alto preço.
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