Uma mulher foi presa em flagrante, nesta terça-feira (11), enquanto fazia o transporte de 30 pistolas de São Paulo para o Complexo do Alemão, na Zona Norte, que é dominado pelo Comando Vermelho (CV). A ação faz parte da Operação Contenção, que tem o objetivo de combater a expansão territorial da facção criminosa.

A mulher, passageira de um ônibus de turismo, saiu do bairro do Brás, em São Paulo, com destino à capital fluminense. Após trabalho de inteligência da polícia, o veículo foi parado no Posto Fiscal de Nhangapi, em Itatiaia, Sul Fluminense.

Durante revista no ônibus e no bagageiro, foi constatado que ela carregava três caixas de papelão com seis almofadas. O peso da bagagem, no entanto, chamou a atenção dos agentes da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) e da 17ª DP (São Cristóvão), que quando abriram os produtos se depararam com as armas.

As 30 pistolas semiautomáticas, de calibres e marcas variadas, além de 63 carregadores, estavam cuidadosamente embalados e ocultos no interior das almofadas. De acordo com a Polícia Civil, a quantidade de armamento demonstra a sofisticação logística e o elevado poder ofensivo das quadrilhas armadas que atuam no tráfico de drogas no Rio.

Segundo informações preliminares, a mulher teria sido contratada por uma intermediária para transportar as armas para o Rio. Chegando na capital fluminense, um motorista de aplicativo entraria em contato para recolher as caixas e entregá-las no Complexo do Alemão. A investigação prossegue para identificar os outros integrantes da organização responsável pelo transporte e distribuição das armas.

Armas iriam para local onde aconteceu megaoperação

As pistolas encontradas com a mulher tinham como destino o Complexo do Alemão, onde, há pouco mais de duas semanas aconteceu uma megaoperação, também parte da Operação Contenção, que terminou com 121 mortos, incluindo quatro policiais.

A ação, que aconteceu também no Complexo da Penha, se tornou a mais letal da história do Brasil. Na ocasião, ainda foram apreendidas 120 armas, sendo 93 fuzis. O prejuízo para o crime organizado foi estimado em R$ 12,8 milhões. Além dos mortos, a megaoperação teve 113 presos. Deste número, 33 são de outros estados.