'Estamos otimistas' com negociações entre Lula e Trump, diz Alckmin

Vice-presidente afirmou ainda que espera uma redução da Selic 'mais rápida' que haviam projetado anteriormente

29/09/2025 | Por: O DIA

'Estamos otimistas' com negociações entre Lula e Trump, diz Alckmin

Divulgação

O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse, nesta segunda-feira (29) que está otimista que o possível encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump destrave as negociações para reduzir o tarifaço contra parte dos produtos brasileiros. 

"Nós estamos confiantes de que terá uma boa conversa entre o presidente Lula e o presidente Trump e que isso possa destravar ainda para a gente avançar mais", declarou em entrevista à Rádio CBN.

Segundo ele, o encontro deve permitir novos passos na direção de mais exceções ao tarifaço e também de uma redução das tarifas de 50% para quem está sendo afetado. Ele declarou ainda que, apesar de não se ter informações sobre data ou o tipo da reunião entre os chefes de Estado, ela será um passo importante.

Alckmin disse estar otimista com o avanço das negociações, mas que é preciso esperar os próximos passos. Afirmou que o setor privado foi muito importante e continuará a ser para que o tarifaço seja minimizado.

"Então, o setor privado teve e terá um papel importante para a gente excluir mais setores do tarifaço, que foi 10% mais 40%, aí que dá os 50%, e reduzir essa alíquota, porque não tem sentido", disse.

O vice-presidente declarou não ter detalhes de o que levou Trump a se mostrar mais aberto a negociar com o Brasil, mas achou positiva a mudança. Segundo ele, os argumentos lógicos estão do lado brasileiro.

Ele disse também não haver relação entre decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e uma política de importações, como o feito pelos EUA. Com isso, o avanço do diálogo ajudará bastante a melhorar a relação com os norte-americanos.

"Tarifa de importação e exportação é política regulatória, não tem nada a ver com a questão de decisão de Suprema Corte", afirmou.

Alckmin declarou daqui a 15 dias irá à Índia para negociar a abertura de mais mercados para os produtos brasileiros.
Redução da Selic
O vice-presidente disse que estão otimistas com uma redução da taxa básica de juros em um tempo mais rápido que o esperado. No dia 17 de setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano.

"Nós estamos otimistas que a gente possa ter uma redução da Selic mais rápida", afirmou.

Segundo Alckmin, fatores que pressionaram a inflação no passado agora não o fazem mais. Seriam os casos do dólar em alta e de problemas na safra, que impactam o preço dos alimentos. Além disso, acrescentou, os juros altos são um problema para o controle da dívida, que está em grande parte atrelada à Selic. "Acho que é importante a redução, porque ela a Selic além de atrapalhar o PIB, encarece a dívida", disse.

Ele repetiu ainda que os Estados Unidos excluem do núcleo da formação os juros os impactos inflacionários de petróleo e da agricultura por dependerem de fatores externos e voltou a sugerir que o Brasil fosse nesse caminho no futuro.

Questionado sobre o crescimento do Brasil, Alckmin afirmou que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dependerá de uma queda mais rápida da taxa de juros. "Se nós conseguirmos ter uma redução mais rápida da taxa Selic, o efeito da redução dos juros não é imediato, ele leva meses. Então, se você conseguir ter uma redução mais rápida, o PIB vai crescer mais", afirmou.


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